Inteligência Superficial

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Penso logo insisto.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Vote consciente!


Certamente há um grande problema quando se trata da participação do povo brasileiro na vida política do país, a questão é que não há participação significativa do povo, seja por falta de interesse ou por que não entende como o sistema funciona. Não pense que a política é hipócrita, hipócritas são os candidatos que, apesar de estarem cientes da situação, não fazem nada para educar a população. Muitos votam sem saber das propostas dos candidatos e o fazem apenas por cumprir uma obrigação, não sabem em que estão votando, apenas vão às urnas e digitam alguns números (ou nem isso, votam em branco).

Primeiro é direito de todo cidadão saber como funciona o sistema eleitoral. O regime político adotado no Brasil é o presidencialista, regido por três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, seus representantes são, respectivamente, o presidente, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, sendo que um poder limita o outro (teoricamente). Neste sistema o presidente nomeia seus ministros e embaixadores que lhe auxiliarão na confecção de uma agenda de políticas públicas, com uma listagem precisa de gastos e despesas. O Legislativo tem a função de pegar essa agenda e chancelar ou não, ver se realmente são atitudes viáveis aos cofres públicos e se são realmente necessárias, fiscalizado os abusos presidenciáveis. Em outras palavras o executivo propõe e o legislativo controla (teoricamente).

Na prática o congresso também pode elaborar leis e o presidente também pode vetar leis congressistas. O executivo nomeia os representantes do judiciário, mas o Legislativo pode reprovar esses nomes e até suspender a ação do executivo se achar necessário. E assim funciona o jogo de forças.

O senado é composto por 81 membros e a Câmara dos Deputados por 513 deputados. São 3 senadores para cada estado e o Distrito Federal, eleitos por voto direto. Os senadores se alternam da seguinte forma: este ano entrará dois novos senadores, e daqui a quatro anos entrará 1 novo senador, mantendo assim seus 8 anos de mandato. O senador deveria ser aquele que representa o estado, enquanto os deputados representam a nação (o povo). Então o senador deveria defender os interesses do estado, como se jogasse contra o povo, logo o senador não deveria ser eleito pelo povo já que ele não representa os nossos interesses. Mas ao contrário disso o senado também pode fazer leis para que o legislativo aprove, e elas podem ou não representar o interesse do povo. Não obstante disso, qualquer lei, para ser aprovada, tem que ser aprovada tanto pelo Senado quanto pela Câmara dos Deputados.

Os deputados e vereadores são eleitos segundo as regras das eleições proporcionais, que ao contrário da majoritária (presidente, governador, prefeito, senador e seus respectivos vices) nem sempre quem tem a maior quantidade de votos vence, é necessário ainda que haja um número mínimo de companheiros partidários eleitos no país, expresso por meio do quociente eleitoral.

Para determinar a quantidade de vagas que cada partido terá direito são realizados dois cálculos: o do quociente eleitoral e do quociente partidário. O primeiro é determinado dividindo o número de votos válidos apurados pelo número de lugares a preencher em cada distrito eleitoral. O segundo define o número inicial de vagas que cada partido que tenha alcançado o quociente eleitoral poderá utilizar, seu calculo é feito pela divisão do quociente eleitoral pelo número de votos dados sob uma mesma legenda. Estarão eleitos tantos candidatos de um mesmo partido quanto o quociente partidário permitir, em ordem de votação nominal.

Tendo isso em mente é importante analisar as propostas de seus candidatos para saber se elas realmente podem ser cumpridas com o poder que lhes será incumbido e se são justas. Não é só o presidente que controla o país, preste muita atenção nas propostas de todos os candidatos, pois um voto pode fazer a diferença.

Clovis Guerim Vieira


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Imperativo Categórico



A filosofia de Kant muito tem a dizer sobre a liberdade e partindo da premissa: “age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, por tua vontade, lei universal da natureza[assinatura do autor]. Podemos deduzir que a idéia de ética e moral surgiu da comunidade, e não de toda a sociedade, tendo em vista que alguns valores podem ser aceitos em certas culturas ao mesmo tempo em que não são aceitos em outras. Ética e Moral são dois conceitos diferentes, a primeira é um conjunto de costumes culturais, já a segunda é uma constituição de obrigações e direitos que garantem a liberdade comum.

O imperativo categórico de Kant é o dever de cada indivíduo de agir ou se comportar em frente à sociedade, seguindo padrões culturais previamente analisados por um senso ético que cabe aquela comunidade específica. Sendo Ética uma reflexão da moral, a partir do momento em que uma idéia tem aprovação unânime na sociedade: como a idéia de que matar é errado, ela passa a constituir os padrões morais sociais que limitam as ações humanas, assim nascem as leis.

As leis garantem certa segurança, mesmo que ilegítima, pois quem desobedecê-las será devidamente punido de acordo com a gravidade do crime cometido. Crimes hediondos são vistos como imorais pela sociedade e por isso existem pesados processos jurídicos que, dependendo do lugar, podem resultar em pena de morte. Se existem mecanismos pertinentes que controlam e legislam as ações humanas é impossível haver o livre arbítrio, ou a liberdade metafísica, que possibilita o homem escolher entre alternativas genuínas. Tal idéia vem do determinismo que impõe inclusive condições históricas e culturais para o comportamento do homem.

Em oposição à idéia da inexistência do livre-arbítrio existe o “compatibilismo” que defende a possibilidade de existir a livre escolha, mas esta surge a partir de pensamentos anteriores, as crenças e os desejos. Seria resumidamente um livre-arbítrio que respeita as pressões internas e externas e se enquadra na idéia de que pode haver liberdade mesmo que ela não seja absoluta.

Kant mostrou defender a existência de um mundo artificial pois as atitudes das pessoas não podem ser programadas mesmo que exista uma lei universal. Citando o exemplo do filósofo, se conservar a vida é uma lei universal, não haveria assassinatos por aí. Logo, não existe uma lei universal que possa alienar um indivíduo a agir de determinada forma. A verdade é que cada um escolhe agir independente do que é moralmente aceito. Concordo que as pessoas tendem a seguir a conduta moral, mas para aqueles que não o seguem existe um escorreito projeto de sistema penal: todo mundo é igual perante a lei,mas que na prática acaba deixando à desejar.

Clovis Guerim Vieira


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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O homem e a sua eterna busca pela felicidade


A felicidade é, de certo, o sentimento mais almejado pela humanidade. Tudo que fazemos tem, mesmo que indiretamente, a ambição de nos trazer felicidade. Particularmente acho que todos os sentimentos se reúnem unicamente na felicidade. Mas afinal, o que é ser feliz?

Entre o período compreendido entre os séculos III e I houve uma grande difusão da civilização grega por uma vasta área que se estendia do Mediterrâneo à Ásia Central, graças à política de anexação territorial massiva adotada por Alexandre da Macedônia. Este período ficou conhecido como Helenismo. Surgiram então as escolas filosóficas que tentavam, basicamente, estabelecer um conjunto de preceitos racionais para dirigir a vida de cada um e, através da ausência do sofrimento, chegar à felicidade e ao bem-estar.

As escolas mais importantes desse período eram o estoicismo, o ceticismo e o epicurismo. O estoicismo tem uma máxima que incube o homem de se portar tão como uma fortaleza que aprisiona suas emoções, deve, portanto, ser indiferente, impassível, invencível e imperturbável em sua natureza, o que os filósofos gregos chamam de ”apathea”. Sendo assim ele deixaria de procurar a felicidade nos bens mundanos e passaria a buscar a “verdadeira felicidade” que não é baseada em sentimentos terrenos, mas sim em extraterrenos.

O ceticismo, diferente do ateísmo, favorece a dúvida acima de tudo. Citei essa diferença, pois é muito comum confundir um ateu com um cético. Ateu é aquele que não acredita nos deuses (ou deus) já o cético é aquele individuo que não opina para nenhum lado, em termos leigos: “está em cima do muro” não somente sobre a possibilidade de existência de algum deus como para praticamente tudo. O cético escolhe examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são realmente verdadeiros e válidos.

O epicurismo, que em minha opinião é a mais interessante entre as escolas filosóficas helenísticas, idealiza como o maior objetivo do homem a busca pela felicidade através da “ataraxia”, que é definitivamente a forma mais pura e bela de ser feliz livre de distúrbios e vícios, a tranqüilidade da alma. O epicurista não teme a morte, não possui vícios e não teme os Deuses, um afortunado.

Hoje continuamos procurando a felicidade, mas o que conseguimos é uma breve sensação de bem estar. Compramos um carro novinho ou aquela blusa linda, ficamos felizes com esses itens por duas ou três semanas, talvez mais, talvez menos, e depois simplesmente nos acostumamos com elas e elas deixam de nos satisfazer emocionalmente. Por isso buscamos sempre mais, compulsivamente. Formamos uma sociedade consumista sem preceitos. E continuamos, ano após ano, a nossa eterna busca pela felicidade.

Clovis Guerim Vieira


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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Teorias avulsas



Ontem eu estava navegando pela internet quando me deparei em uma das minhas redes sociais (Orkut) uma frase: “Para cada minuto que perdemos organizando as coisas, ganhamos uma hora.” Então, como há muito tempo eu não fazia, analisei esta frase e cheguei à conclusão de que fazendo absolutamente nada, perdemos 1 hora.

Na verdade cheguei a um sistema que com a devida vênia dos doutos entendidos, me permite a livre arbitrariedade e interpretação. Vou explicar-lhes todo o processo que, aliás, é bem simples. Primeiro vamos verificar a premissa: Se para cada coisa que fizermos gastarmos um tempo, será assim representada: “x:a” onde {x é o número de coisas que podemos fazer, deve ser inteiro e positivo} e mais { a é o tempo em minutos}.

Primeiro devemos impor uma condição de existência, é impossível dividir por zero, por isso “a” deve ser diferente de zero. Ok? Pois então iremos seguir nesta linha de raciocínio. O tempo que iremos ganhar deve conter a hora mais o minuto que na verdade não perdemos, mas sim utilizamos para organizar. É impossível, matematicamente, perder tempo. Por isso representaremos o ganho por “60 + a”.

Logo: x:a = 60 + a.

Desenvolvimento:

x:a = 60 + a

x = 60.a + a.a

x = a² + 60a

Coisas (x)

Tempo (m)

1

61

2

124

3

189

4

256



1 é o valor mínimo de coisas à se fazer dentro do limite. Mas e se o limite tender a zero? E se não fizermos absolutamente nada? É possível no nosso ócio interminável do cotidiano não fazermos absolutamente nada. Admitindo essa possibilidade teremos:

0 = a² + 60a

0 = a.(a + 60)

a = 0 ou a= -60

O “a” não pode ser zero, se não estaria violando a condição que garante a validade da função.

Ou seja, não fazer nada nos faz perder 60 minutos de nossas vidas.

Acabei de provar empiricamente, com dados matemáticos, que é literalmente uma perda de tempo ficar à toa. O tempo passa e não podemos ficar para trás, não estou dizendo para você sair e pular de um avião, e nem de um prédio. Mas sim que você deve ir atrás dos seus sonhos antes que seja tarde demais para realizá-los. A matemática não mente (muito).

Clóvis Guerim Vieira


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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Por favor ignorem isto



Resolvi hoje fazer uma crítica metódica em relação às catástrofes naturais que assolam o mundo atual. Evidentemente parte da culpa é do ser humano, sendo ressarcido com pesadas punições de proporções imensuráveis. O que mais me impressionou foi o inexplicável aquecimento termo ambiental que tem provocado incêndios gigantescos na Rússia, um país localizado em uma região conhecida por ter temperaturas baixas o ano inteiro.

Podemos analisar bem a situação da Rússia, apesar do meu leigo conhecimento em geografia posso afirmar categoricamente que há uma inversão térmica ocasionada pela retenção de gases nocivos na atmosfera. Eles são emitidos muitas vezes por automóveis, fábricas e queimadas que literalmente impedem o fenômeno da convecção térmica.

O cenário na China é parecido, mas ao invés de um aquecimento catastrófico, enchentes que já dizimaram centenas de chineses e deixaram milhares desabrigados. Há ainda de citar os terremotos, erupções vulcânicas, e outros fenômenos que assolam o mundo, mas o meu principal objetivo é o de denuncia. Comovido por esse momentâneo senso de justiça, antes que o mesmo se esvaia completamente de minha existência irei representar a voz daqueles que não podem falar.

Reunirei minhas ultimas forças para transmitir-lhes, meus leitores, a mensagem, que por meio de uma intervenção divina, fui incumbido: - Salvem o nosso planeta, não poluam, salvem nossas florestas, nossos animais, e não se deixem ser enganados nunca. Vamos construir um lugar melhor para os nossos filhos viverem, e que eles também construam um lugar melhor para os nossos netos.

Atenciosamente.

Clóvis Guerim Vieira


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A política, o homem e a sociedade



Como disse Aristóteles (séc. IV a.C): “O Homem é naturalmente um animal político”. Basta vislumbrar o mundo atual para chegar à conclusão que definitivamente o homem nasceu para fazer política. Há política em praticamente todos os lugares: na escola, no trabalho e até mesmo em casa.

A retórica é uma importante ferramenta para a política, consiste basicamente em manipular idéias e tentar persuadir o público, um jogo de verdades e mentiras. É necessária a prática constante dessa arte para fazer política. Um bom discurso se baseia unicamente em convencer as pessoas de que a sua verdade é a que prevalece. A política torna o homem um ser altamente sociável, tanto que não poderia nem pensar em viver fora dela.

Acredito que nem sempre tenha sido assim. Alguns filósofos da antiguidade defendem a existência de um estado anterior à constituição do estado civil chamado de “Estado Natural”. Teoricamente os homens eram seres absolutamente livres e a partir de uma necessidade firmaram um acordo mutuo que lhes garantiu segurança e apoio em troca da abstenção de uma parte de sua liberdade. Assim nasce a sociedade, com todas as suas leis e como ministrador, o órgão máximo: O Estado.

Com a vida em sociedade os homens passaram a fazer política, inicialmente a política propriamente dita nasceu na Grécia, ou melhor, nas cidades-estados ou Polis. Sob o contexto de questionar e debater os mitos gregos e a crença de que eles representavam a verdade. Os cidadãos gregos (geralmente homens maiores de 21 anos devidamente integrados sob as premissas de um sufrágio restrito) se reuniam nas Ágoras (praça pública) exercendo debates para tentar solucionar problemas relevantes aos mesmos e práticas pertinentes de convencimento.

Com o tempo o termo “política” ganhou um significado mais restrito. Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância. Mas política tem um significado muito mais amplo, todo dia fazemos política, em qualquer ação em que tenhamos que usar a prática da retórica e subseqüentemente da persuasão. Nessa época de eleições é importante saber que se somos todos políticos e mestres na arte da argumentação, não devemos nos iludir com promessas falsas e autoritárias, sabemos governar o país e por tanto iremos escolher um representante e não um ditador.

Clóvis Guerim Vieira


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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Uma idéia sobre a Liberdade.

Talvez a incompatibilidade vista hoje no mundo moderno tenha se originado da incapacidade humana de aderir outras formas de pensamento. O que vivemos hoje é a prova de que a liberdade, que tanto lutávamos antes para conseguir e que, depois de tê-la conquistado de forma inequívoca, está sendo extraviada de nossos corações.

O primeiro indício de perda do nosso ideal liberal é a falta de individualismo. A mídia impõe padrões estéticos para nós seguirmos: ter um corpo esbelto, sarado e livre de imperfeições (ah, e o mais importante é claro, usar roupas e acessórios da moda, ter o carro do ano, o celular mais moderno e não para por aí). Mas ninguém se torna perfeito por aderir tais padrões estéticos. Diga-se de passagem, o ser humano é livre para fazer o que bem entender, o problema é a sociedade que o julga e não o deixa sair impunemente de atos considerados banais aos olhos dos demais.

O segundo indício de que esquecemos de vez dos ideais da liberdade é o fato de aceitarmos basicamente tudo o que nos é dito, raros são os casos de pessoas que contestam e expressam suas opiniões. Pessoas que fogem dessa regra estão ganhando muito dinheiro entre a comunidade científica e filosófica. Temos que impor a nossa verdade e ir atrás dos nossos objetivos. A verdade é apenas um jogo de convencimento, não devemos aceitar verdades alheias sem contestá-las.

Apresento-lhes uma grande contradição: se temos que integrar e analisar os pensamentos de outrem e tentar de alguma forma adaptar o nosso pensamento para torná-lo equivalente ao pensamento do próximo, por que teremos que contestá-lo primeiro? A resposta é simples, apesar de alguns teoremas incompatíveis poderem ser igualmente verdadeiros se integrados em diferentes sistemas lógicos, há aqueles, porém, que são absolutamente equivocados. Todavia podemos transformar e integrar teoremas verdadeiros e evoluir.

A liberdade, tal como almejamos, se baseia unicamente na capacidade do homem evoluir utilizando, dentro dos demais meios, os pensamentos e ideais da coletividade, uma ajuda mútua pela liberdade coletiva. Para que a liberdade adentre novamente em nossos corações devemos contestar e analisar criticamente os debates políticos, os modismos televisivos, as notícias, em fim, absolutamente tudo. Garantir a liberdade significa opor-se às injustiças e assegurar o progresso, mudando o contexto político econômico social.


Clóvis Guerim Vieira


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