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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O homem e a sua eterna busca pela felicidade


A felicidade é, de certo, o sentimento mais almejado pela humanidade. Tudo que fazemos tem, mesmo que indiretamente, a ambição de nos trazer felicidade. Particularmente acho que todos os sentimentos se reúnem unicamente na felicidade. Mas afinal, o que é ser feliz?

Entre o período compreendido entre os séculos III e I houve uma grande difusão da civilização grega por uma vasta área que se estendia do Mediterrâneo à Ásia Central, graças à política de anexação territorial massiva adotada por Alexandre da Macedônia. Este período ficou conhecido como Helenismo. Surgiram então as escolas filosóficas que tentavam, basicamente, estabelecer um conjunto de preceitos racionais para dirigir a vida de cada um e, através da ausência do sofrimento, chegar à felicidade e ao bem-estar.

As escolas mais importantes desse período eram o estoicismo, o ceticismo e o epicurismo. O estoicismo tem uma máxima que incube o homem de se portar tão como uma fortaleza que aprisiona suas emoções, deve, portanto, ser indiferente, impassível, invencível e imperturbável em sua natureza, o que os filósofos gregos chamam de ”apathea”. Sendo assim ele deixaria de procurar a felicidade nos bens mundanos e passaria a buscar a “verdadeira felicidade” que não é baseada em sentimentos terrenos, mas sim em extraterrenos.

O ceticismo, diferente do ateísmo, favorece a dúvida acima de tudo. Citei essa diferença, pois é muito comum confundir um ateu com um cético. Ateu é aquele que não acredita nos deuses (ou deus) já o cético é aquele individuo que não opina para nenhum lado, em termos leigos: “está em cima do muro” não somente sobre a possibilidade de existência de algum deus como para praticamente tudo. O cético escolhe examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são realmente verdadeiros e válidos.

O epicurismo, que em minha opinião é a mais interessante entre as escolas filosóficas helenísticas, idealiza como o maior objetivo do homem a busca pela felicidade através da “ataraxia”, que é definitivamente a forma mais pura e bela de ser feliz livre de distúrbios e vícios, a tranqüilidade da alma. O epicurista não teme a morte, não possui vícios e não teme os Deuses, um afortunado.

Hoje continuamos procurando a felicidade, mas o que conseguimos é uma breve sensação de bem estar. Compramos um carro novinho ou aquela blusa linda, ficamos felizes com esses itens por duas ou três semanas, talvez mais, talvez menos, e depois simplesmente nos acostumamos com elas e elas deixam de nos satisfazer emocionalmente. Por isso buscamos sempre mais, compulsivamente. Formamos uma sociedade consumista sem preceitos. E continuamos, ano após ano, a nossa eterna busca pela felicidade.

Clovis Guerim Vieira


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